Você está tentando engravidar há mais de um ano e nada acontece? Sinal de alerta para infertilidade. De acordo com especialistas em reprodução humana, depois desse período de tentativas, o casal deve começar a suspeitar que há algum problema impedindo a gravidez. A investigação começa no consultório médico e passa por uma série de exames.
Dados da literatura médica mostram que em 40% dos casos o problema é do homem, em 40%, só da mulher, e em 20%, dos dois. A investigação começa com a avaliação clínica e histórica dos pacientes. Alguns fatores estão associados à infertilidade, como mulheres com menstruação muito irregular ou colo do útero comprometido, e homens que operaram os testículos. Obesidade e fumo também oferecem risco para a fertilidade do casal. Se há diagnóstico de alguma doença, como endometriose e mioma na mulher e varicocele (varizes nos testículos) no homem, é preciso investigar o quanto antes
A avaliação começa durante a consulta médica, quando é feito um levantamento das condições clínicas do homem e da mulher, bem como a avaliação física, que também pode ajudar a levantar suspeitas. Em seguida, o médico pode indicar exames específicos para cada caso. Conheça os principais:
Para os dois:
1) Dosagem hormonal: É um exame de sangue que avalia a produção dos hormônios, podendo detectar doenças que afetam a fertilidade, como diabetes, ovários policísticos e problemas na tireoide. Faz parte do diagnóstico básico da mulher, porque analisa o funcionamento dos ovários, a quantidade de óvulos existente e a ovulação. Nos homens, pode detectar problemas na produção de esperma e na eliminação dos espermatozoides.
2) Exames genéticos: São feitos apenas quando há problemas genéticos na família ou se o casal estiver passando por abortos de repetição (o que pode acontecer devido a má formações no bebê). A análise do DNA, por meio de uma amostra de sangue, pode detectar anormalidades cromossômicas tanto no casal quanto no embrião.
Para ela:
3) Ultrassom transvaginal: Em casos de infertilidade, a ultrassonografia é realizada entre o terceiro e o quinto dias do ciclo menstrual e avalia o tamanho, o volume dos ovários e a presença de folículos antrais. Já a ultrassonografia transvaginal seriada acompanha o crescimento do folículo e prevê o dia mais fértil da mulher em determinado mês.
4) Histerossalpingografia: É outro exame básico para casos de infertilidade, porque mostra desvios no funcionamento e na anatomia das trompas e do útero. O médico, que precisa ser especialista nesse tipo de exame, aplica contraste no colo do útero e depois faz um raio X da região, para identificar o caminho do líquido desde o útero até as trompas.
5) Histerossonografia: É indicado, principalmente, quando há problemas no endométrio, que forra o útero por dentro. É feito com a introdução de uma sonda na vagina, que injeta um fluido para acompanhar seu caminho dentro do útero. O processo é semelhante ao da histerossalpingografia, mas é mais focado no endométrio e não avalia tão bem o funcionamento das trompas.
6) Videolaparoscopia: Essa microcirurgia costumava fazer o diagnóstico de doenças, mas hoje é usada quando se pode aliar a constatação do problema e o tratamento, como em casos de endometriose e mioma. Nela, uma câmera é introduzida por um pequeno buraco feito próximo do umbigo, para mostrar os órgãos reprodutivos em tempo real.
7) Videohisteroscopia: Nesse caso, a câmera é colocada dentro do útero para verificar a cavidade e o endométrio. É indicada em casos de suspeita de lesão ou alteração na parte interna do útero.
8) Biópsia do endométrio: Por ser muito invasivo, é feito apenas em casos muito específicos, quando é retirado um fragmento do endométrio durante a fase pré-menstrual.
Para ele:
9) Espermograma: É o primeiro e mais importante exame que o homem deve fazer, porque mostra o número de espermatozoides existentes, sua estrutura e capacidade de se mover. A análise é feita diretamente no sêmen.
10) Ultrassom de testículos com Doppler: Esse exame avalia a próstata, as vesículas seminais e, principalmente, o epidídimo e os testículos. Nesse último caso, avalia-se o tamanho e, com a ajuda do Doppler, estuda-se o fluxo sanguíneo, além de eventuais tumores.